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Prêmio Nacional do Turismo: conheça 5 iniciativas conectadas com o turismo responsável

Prêmio Nacional do Turismo
Roteiro Quilombo Cultural de São Luís, vencedor do Prêmio Nacional do Turismo | Foto: Prefeitura de São Luís
Escrito por Renata Ferreira

Promover práticas e profissionais de turismo é uma excelente forma de dar luz a iniciativas e inspirar transformações positivas no setor. Em 2023, o Ministério do Turismo voltou a realizar o Prêmio Nacional do Turismo, que busca identificar, estimular e disseminar práticas de sucesso e lideranças de destaque no turismo brasileiro. Neste ano, o prêmio teve como tema “o turismo transformando vidas” e reconheceu diversas iniciativas conectadas com o turismo responsável. Conheça mais sobre algumas elas.

Biofábrica de Corais

1º lugar na categoria “Turismo Sustentável e Ações de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas”

Localizada em Porto de Galinhas, Pernambuco, a Biofábrica de Corais é uma startup inovadora que reconhece a importância dos corais para a mitigação dos problemas ambientais e conecta a preservação dos ecossistemas de corais com o turismo. Através da geração de bens, produtos, processos e serviços, a Biofábrica de Corais promove a reconstituição recifal, adotando ferramentas biotecnológicas e ações multidisciplinares. O projeto coleta corais enfermos, tombados no fundo do mar​, levando-os para mesas de cultivo onde os corais crescem saudáveis nos berçários e, após o crescimento, são transplantamos para um ambiente degradado.

Para engajar a população com a proteção dos corais, a startup realiza diversas ações, como práticas de turismo regenerativo, onde o viajante pode se tornar cientista por um dia, com a possibilidade de ir até a jangada de pesquisa, fazer mergulho e se tornar uma das poucas pessoas no mundo que já plantaram um coral.

Biofábrica de Corais

Foto: Biofábrica de Corais

Mãostiqueiras

1º lugar na categoria “Economia Criativa e Produção Associada ao Turismo”

Já imaginou ver um material valioso sendo simplesmente jogado fora, ano após ano? Isso acontecia na popular Campos do Jordão (SP), onde grande parte dos criadores de ovelhas jogavam fora a lã proveniente da tosquia anual de seus animais. A lã pode se tornar uma fibra têxtil valiosa e foi isso que Juliana Müller Bastos, fundadora do projeto, percebeu em suas visitas à cidade.

A Mãostiqueiras surgiu dessa inquietude de Juliana, ao ver um material nobre ser desperdiçado, enquanto mulheres lutavam para a geração da sua renda. Foi ela quem convocou mulheres da comunidade e a professora e designer de artes manuais Rosélia Benedita de Araújo (Lika Araújo) para capacitar o grupo e transformarem a lã em peças de decoração, o que trouxe impactos positivos para o meio ambiente e a comunidade.

Atualmente, além da loja onde são comercializados os produtos, a Mãostiqueiras oferece aos turistas a possibilidade de conhecerem o espaço no Parque da Lagoinha, onde são compartilhadas informações sobre a transformação artesanal da lã bruta da tosquia em fios de lã para ser usada nos trabalhos artesanais. Uma família de ovelhas pode ser visitada e alimentada, e ainda há a possibilidade de visitar o Museu da Lã.

Mãostiqueiras

Foto: Mãostiqueiras

Roteiro Quilombo Cultural de São Luís (MA)

1º lugar na categoria “Valorização do Patrimônio Cultural no Turismo”

Quando pensamos em quilombo é muito comum imaginarmos aqueles que estão nas zonas rurais, porém, existem também os que estão nas cidades. O Território Liberdade Quilombola, localizado em São Luís, foi o primeiro quilombo urbano reconhecido no Maranhão e é o maior quilombo urbano na América Latina.

Para mostrar toda essa diversidade, a Secretaria Municipal de Turismo de São Luís, criou o Roteiro Quilombo Cultural de São Luís (MA), um exemplo de turismo de base comunitária urbana. O projeto destaca a riqueza da ancestralidade negra em comunidades tradicionais da cidade, onde a arte, comida e cultura estão presentes em cada ponto. Dentre as atrações locais o turista visita lugares como o Mercado Municipal da Liberdade, o Terreiro Ylé Ashé Obá Yzôo, o Bloco Tradicional Os Indomáveis Show, Bumba meu Boi da Floresta, Terreiro Ilé Ashé Ogum Sogbô, Bloco Afro Abiyeyé Maylô, Tambor de Crioula Maracrioula, Bumba meu Boi de Leonardo, Produtora Novo Quilombo – Reggae e Bloco Afro Netos de Nanã.

Este é um exemplo de roteiro que mostra como o turismo pode ser uma ferramenta de empoderamento de comunidades através do resgate e valorização da cultura afro-brasileira.

Projeto Caeté

1º lugar da categoria “Valorização do Patrimônio Natural no Turismo”

Parte das Parcerias para o Turismo Sustentável na Vila de Paranapiacaba, o Projeto Caeté é uma formação ecoprofissional de oito meses para jovens de 14 a 21 anos, que estudam na rede municipal da cidade de Santo André (SP) ou que sejam moradores do local.

Essa iniciativa visa promover a educação ambiental dos jovens e ampliar as perspectivas de atuação profissional como monitores ambientais ou nas áreas da agroecologia e produção artesanal sustentável. A monitoria ambiental está pautada no turismo local em bases sustentáveis, onde os jovens aprendem a valorizar e conservar o meio ambiente, assim como a cultura e comunidade local, ingressando no mercado de trabalho responsável e sustentável.

Turismo de Base no Quilombo Kalunga

1º lugar na categoria “Turismo de Base Comunitária e Turismo Social”

Com 262 mil hectares e 10 mil habitantes, o Quilombo Kalunga é o maior território quilombola em extensão do Brasil. O território fica localizado na região do Cerrado, na Chapada dos Veadeiros e integra muitas rotas de turismo de base comunitária que acontecem por ali.

O desenvolvimento do turismo trouxe uma nova perspectiva para o Quilombo Kalunga, que tradicionalmente vivia apenas da agricultura e viu sua população de dissipar à medida que plantar e trocar os alimentos por outros produtos ficava mais difícil. A prática do turismo trouxe uma nova perspectiva de geração de renda local pela comunidade e para a comunidade, criando um ecossistema onde agricultores, restaurantes, guias e hospedagens locais se retroalimentam, trazendo novas oportunidades, inclusive para as mulheres e jovens.

Direta ou indiretamente, a comunidade quilombola se beneficia do turismo e da visibilidade que isso traz ao território, mostrando que as viagens conscientes podem proporcionar mudanças positivas e novas perspectivas.


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Sobre o Autor

Renata Ferreira

Graduada em psicologia e pós-graduada em Negócios da Moda, direcionou suas formações para a sustentabilidade. Após conhecer algumas iniciativas no Brasil e na ânsia de descobrir novas, colocou o pé na estrada. Através de viagens e experiências sustentáveis, facilita o caminho da transformação pessoal necessária para uma vida mais integrada.