Participar de um ritual em uma aldeia indígena; conhecer de perto o dia a dia de uma comunidade de pescadores; conhecer a cena cultural da periferia com seus moradores; ouvir histórias ancestrais de quilombolas. Experiências diferenciadas e autênticas como estas são cada vez mais procuradas por viajantes em busca de encontros, conexões, transformações, aprendizados e impactos positivos.
É tudo isso e muito mais que a Rede BATUC oferece aos visitantes, apresentando uma Bahia muito além das lindas praias, do Pelourinho, das igrejas históricas e da axé music. Com um cenário tão diverso, fortalecido especialmente pelas comunidades locais e seus saberes, a Bahia tem se destacado no cenário do Turismo Comunitário no Brasil principalmente por uma característica essencial: o associativismo, a parceria.
A Rede BATUC nasceu como um movimento de integração entre as comunidades do estado, a partir de uma reunião entre representantes de comunidades, técnicos, pesquisadores e professores durante o Encontro Nacional da Rede Brasileira de Turismo Solidário e Comunitário – TURISOL, em 2015. “A Rede nasceu da necessidade de se aprimorar esse relacionamento e nosso poder de coesão e associativismo”, contou Elisângela Lima, membro da Comissão Estadual 2021/2022 da Rede BATUC, durante o Podcast do Desafio de Inovações em Turismo Sustentável, realizado pela CTG Brasil e Ashoka Brasil. “A Bahia é tão diversa! Por que não aproximar diversos empreendimentos do turismo de base comunitária? Assim podemos ter uma ação mais conjunta e mais eficaz no contexto das políticas públicas e da sociedade civil”.
A BATUC foi uma das três iniciativas premiadas no Desafio de Inovações em Turismo Sustentável, que aconteceu em 2020 e contou com quase 70 inscritos de todo o Brasil. Além de uma premiação em dinheiro, a associação foi contemplada com mentoria técnica e um vídeo promocional, que você pode assistir abaixo. Ela se destacou por seu caráter pioneiro e inovador, além, é claro, de contemplar questões tão atuais como diversidade e inclusão.
“Nossa trajetória vem desde 2013 e, desde então, viemos construindo esse movimento que se tornou uma rede”, explicou Aline Bispo, também membro da Comissão Estadual 2021/2022 da Rede BATUC, em conversa no Podcast. “Estamos no momento de parar e refletir sobre nossas potencialidades, porque até agora tudo cresceu de forma muito orgânica. Hoje temos mais de 40 comunidades envolvidas com o turismo, algumas já formalmente ativas e outras que estão no processo de maturação”. Além delas, a Rede BATUC conta com o engajamento de guias, agentes de turismo, academia e outros profissionais – todos voluntários e que trabalham com um modelo de gestão conjunta e de aprendizado coletivo.
O que é o Turismo de Base Comunitária para a Rede BATUC?
“O Turismo Comunitário é uma forma de realizar o turismo com responsabilidade, sustentabilidade e solidariedade, onde povos e comunidades tradicionais, da agricultura familiar e da cidade compartilham com os visitantes experiências autênticas e transformadoras” – Rede BATUC
“Nós trabalhamos com uma estratégia de autogestão com base nos princípios da economia solidária e entendemos que o turismo é uma oportunidade de complementação de renda e de entrega de benefícios não econômicos, como a preservação do ambiente e de nossos territórios, a valorização e resgate da cultura, os direitos à diversidade, a promoção da paz, e a interculturalidade”, explica Elisângela.
Quando falamos em Turismo Comunitário na Bahia, estamos considerando comunidades de pescadores, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, periferias, extrativistas e fundo de pasto, que descobriram no turismo uma forma de valorização do seu modo de vida. De fato, um dos grandes benefícios do Turismo Comunitário é o entendimento de que a cultura e tradições destes grupos e pessoas têm um valor imensurável.
Com apoio e participação dos atores envolvidos na Rede BATUC, a região ganhou a Lei nº 14.126, de 2019 (BAHIA, 2019), que instituiu a Política Estadual de Turismo Comunitário no estado da Bahia. De acordo com Aline Bispo, esta foi a segunda lei do gênero no país, mas já está inspirando a criação de muitas outras.
Como fazer uma vivência de Turismo Comunitário na Bahia?
Listamos abaixo algumas das iniciativas que fazem parte da Rede BATUC. Você pode escolher qual gostaria de vivenciar e entrar em contato com a Rede para mais informações e agendamento. Além de vivências culturais, há roteiros que envolvem trilhas, banhos de cachoeira, cultivo em hortas e outros atrativos. Algumas comunidades oferecem experiências de mais dias, com hospedagem nas casas dos moradores.
1. Rota da Liberdade – Turismo étnico afro comunitário em quilombo
Local: Cachoeira |Instagram: @turismo_rotadaliberdade
2. Turismo em Movimento – Turismo em assentamento
Local: Santo Amaro | Instagram: Turismo em Movimento
3. Roteiros em Cantos da Chapada – Turismo em assentamento
Local: Itaetê | Instagram: @tbcitaete
4. Vivertur Matarandiba – Turismo em comunidade de pesca
Local: Matarandiba – Vera Cruz | Instagram: @vivermat
5. Grota Quilombola – Turismo étnico afro em quilombo
Local: Mirangaba | Instagram: @grota_quilombola
6. Quilombo do Massarandupió – Turismo étnico afro em quilombo
Local: Entre Rios | Instagram: @quilombolamassarandupio
7. Reserva Pataxó da Jaqueira – Turismo dos povos originários / indígenas
Local: Porto Seguro | Instagram: @qreservapataxodajaqueira
8. Serra Norte Ecoturismo Rural – Turismo comunitário em fundo de pastos
Local: Itiúba | Instagram: @serra_norte_eco_turismo_rural
9. Alagados Turismo Comunitário – Turismo cultural da península de Itapagipe
Local: Salvador | Instagram: @reprotai
10. Quilombo Jatimane – Turismo étnico afro em quilombo
Local: Nilo Peçanha | Instagram: @jatimane
11. Santa Cruz Ponta da Serra – Turismo religioso e cultural comunitário
Local: Adustina | Instagram: @santacruzpontadaserra
12. Quilombo do Tereré e Maragojipinho
Turismo étnico afro em quilombo
Local: Vera Cruz | Instagram: @quilomboterere
13. Platatur – Turismo comunitário – subúrbio
Local: Salvador | Instagram: @plata_tur
14. Quilombo Quingoma – Turismo étnico afro em quilombo indígena
Local: Lauro de Freitas | Instagram: @quilomboquingoma
15. Casa do Boneco Quilombo D’Oiti – Turismo étnico afro em quilombo urbano
Local: Itacaré | Instagram: @casadoboneco.itacare
16. Poço Azul/Assentamento Andaraí – Ecoturismo comunitário
Local: Nova Redenção | Instagram: @qpoco_azul_oficial
17. Associação Despertar Trancoso – TBC – Ecoturismo comunitário
Local: Porto Seguro | Instagram: @despertartrancoso
18. Gente do Conduru – Hospedagens/vivências comunitárias
Local: Serra Grande – Uruçuca | Instagram: @gentedoconduru
19. Quilombo Dandá – Turismo étnico afro em quilombo
Local: Simões Filho | Instagram: @aquidanda
20. Aldeia Pataxó Mirapé – Etnoturismo dos povos originário indígena
Local: Porto Seguro | Instagram: @aldeia_pataxo_mirape
21. Reserva Pataxó de Aldeia Velha
Local: Arraial D’Ajuda, Porto Seguro | Instagram: @reserva_pataxoaldeia_velha
Confira o mapa com as iniciativas da Rede BATUC:
(Importante: os locais marcados não são exatos. Confirmar antes os endereços)
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Essa publicação faz parte do projeto Trilhando a Transformação: Desafio de Inovações em Turismo Sustentável, realizado pela CTG Brasil e Ashoka Brasil
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