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6 dicas para reduzir plásticos nos hotéis em tempos de coronavírus

turismo pós-Covid
Foto: Operation Mer Propre
Escrito por Ana Duék

Embora ainda falte bastante para a sustentabilidade ser uma vocação natural em todo o setor de turismo, estávamos caminhando com passos importantes rumo a um turismo mais responsável antes de o mundo parar com a pandemia do coronavírus. Hoje, temos nos perguntado se vamos sair dessa mais conscientes, mas, por outro lado, começamos a nos dar conta do excesso de lixo (que já era enorme) que a situação nos incentiva a produzir. Máscaras e luvas descartáveis têm sido encontradas em praias da Europa, Hong Kong e muitos outros lugares. Se não fizermos algo, as 8 milhões de toneladas de lixo plástico que são jogadas anualmente nos oceanos virarão muito mais.

Na busca por protocolos e iniciativas que ajudem a proteger hóspedes e passageiros, várias empresas correm o grande risco de recorrer a muito mais plástico e produtos químicos do que o necessário. Essas iniciativas, além de serem um triste retrocesso para hotéis, companhias aéreas e operadoras de turismo que já estavam caminhando para políticas ambientalmente mais sustentáveis, em muitos casos também não significam mais higiene ou segurança. Ou seja: muito mais lixo à toa. Então, o que fazer? Será que o turismo pós-Covid voltará a ser marcadamente insustentável? Como diminuir o excesso de plásticos nos hotéis?

Fazemos aqui um convite para que pequenos empresários e grandes empresas, e também é claro os viajantes, repensem sobre a necessidade de cada medida que vão tomar nesse momento. Entendemos que a segurança de turistas e funcionários seja prioridade e que protocolos técnicos precisam ser seguidos e respeitados. Mas sugerimos também ponderar sempre com consciência ambiental e social e descontração, afinal o turista vai continuar buscando relaxamento e diversão, que também ficam comprometidos com tantos protocolos.

Aí vão algumas ideias para pensarmos de como fugir do aumento de plásticos nos hotéis em tempos de coronavírus:

1. Evite ao máximo as luvas descartáveis:

Vamos começar pelo mais polêmico. Não há comprovação de que as luvas descartáveis efetivamente protejam contra o Coronavírus. O manuseio inadequado das luvas facilita que as pessoas se contaminem e contaminem os outros. Diversos especialistas têm afirmado que lavar as mãos constantemente é muito mais eficiente. Portanto, a não ser em caso de protocolos específicos de sanitização ou de sistemas de segurança alimentar, vale à pena avaliar se o funcionário e, principalmente o turista, precisam mesmo usar luvas.

Foto: Operation Mer Propre

2. Prefira as máscaras de tecido:

Além de serem muito mais sustentáveis, o hotel, companhia aérea ou operadora podem fazer máscaras personalizadas para suas equipes, hóspedes e passageiros, trazendo um pouco mais de pessoalidade para a situação desconfortável. Se a empresa não tem como fazer um descarte adequado de máscaras, luvas e outros equipamentos de proteção, elas são muito mais seguras também.

turismo pós-Covis

Foto: Bara Buri

3. Evite embrulhar tudo em plásticos e embalagens:

Um estudo da “New England Journal of Medicine” comprovou que o coronavírus permanece mais tempo no plástico e aço inoxidável (por até 3 dias) do que em outras superfícies. Dependendo do produto que você está embalando, faz muito mais sentido apenas higienizá-lo e deixar sem uma camada extra de plástico. Vale ainda avaliar outros tipos de embalagem, como papel ou tecido de cera de abelha. Pense nisso antes de cobrir alguns alimentos, amenities e brindes com plástico.

4. Forneça amenities em dispensers maiores fixos:

Os amenities em embalagens de plástico já deveriam ter sido abolidos há muito tempo. Mas a questão aqui é entender que eles não são mais seguros do que os que estão em dispensers – basta limpá-los da mesma forma! Inclusive os dispensers são até mais fáceis de limpar, certo? E também não faz a mínima diferença você embrulhá-los em um saco plástico! Aliás, faz. O meio ambiente agradece, se você dispensar as embalagens. O mesmo vale para o álcool gel. Você pode evitar os potinhos descartáveis e distribuir pelo hotel em potes maiores que podem ser reabastecidos.

turismo pós-Covis

Foto: Ana Duék

5. Elimine garrafas plásticas descartáveis:

Aqui também temos outro item que não deveria mais fazer parte de nenhuma empresa e nem traz mais segurança. Cada viajante pode perfeitamente ser incentivado a trazer seu próprio copo ou garrafinha e o hotel ou operadora pode fornecer um bebedouro, filtro ou garrafão também higienizados. Lembrando novamente que o plástico é amigo do coronavírus.

Foto: Brian Yurasits

6. Mantenha a parceria com seus fornecedores locais:

Não acredite que somente grandes empresas serão capazes de se alinhar aos novos protocolos sanitários e de segurança. Seus parceiros e fornecedores locais podem perfeitamente se adaptar e continuar te atendendo. Inclusive, muito provavelmente, eles poderão te oferecer embalagens e outros produtos mais artesanais e eco-friendly. Converse com eles!

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Sobre o Autor

Ana Duék

Jornalista de viagens com Mestrado em Gestão de Turismo e Hospitalidade pela Middlesex University (Londres). Desde 2015 defendendo um turismo mais consciente. Acredito que as viagens podem gerar mais impactos positivos para viajantes e para os destinos que nos recebem. Vamos descobrir como?

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