Destino Internacional

10 melhores destinos éticos para viagens pós-pandemia

viagens pós-pandemia
Casa Pueblo, noo Uruguai, um dos destinos éticos para viagens pós-pandemia | Foto: Viajar Verde
Escrito por Ana Duék

Todos os anos, os responsáveis da ONG Ethical Traveler, Karen Blansfield, Jeff Greenwald e Natalie Lefevre, fazem um trabalho de curadoria cuidadoso para eleger os “10 Melhores Destinos Éticos no Mundo“. Com olhar sempre voltado para os países em desenvolvimento, os especialistas consideram diversos fatores com foco em 4 categorias: proteção ambiental, bem-estar social, direitos humanos e bem-estar animal. Em cada categoria, avaliam informações do passado e presente de cada país para entender não apenas o estado atual do destino, mas como ele se transformou ao longo do tempo.

Em 2021, diante da pandemia, os organizadores do prêmio decidiram mudar o escopo da avaliação. “Durante o ano passado, os líderes da indústria do turismo fizeram declarações fortes sobre viagens “sustentáveis” e “regenerativas”. É verdade que precisamos de novos modelos de viagem – modelos que empoderem moradores locais e os ajudem a administrar e desenvolver seus arredores. Nossos Destinos Éticos de 2021 são uma tentativa de inspirar esse processo”, explicam.

Nesta edição, os curadores analisaram os países que já haviam aparecido no ranking nos últimos cinco anos, buscando entender como cada um deles lidou com a pandemia e como ela impactou o setor de turismo. Pesquisaram se havia iniciativas e oportunidades positivas emergindo a partir da crise, como estratégias para tornar o turismo mais sustentável. Diversas fontes foram consultadas, incluindo relatórios de instituições internacionais e outras ONGs, recursos governamentais no país e mídia local e internacional. De acordo com a Ethical Traveler, “as viagens vão voltar. E, quando voltarem, esperamos que nossa comunidade internacional apoie as iniciativas nos países listados aqui”.

Descubra quais são os 10 melhores destinos éticos para viagens pós-pandemia:

1. Belize:

Este pequeno país de incrível biodiversidade da América Central foi capaz de colocar a saúde de seus cidadãos acima dos fatores econômicos. Com isso, lidou relativamente bem com a pandemia, com poucos casos e óbitos. O aeroporto internacional foi fechado no final de março de 2020 e só reabriu para os turistas no dia 1º de outubro, depois de desenvolvidos extensos protocolos de segurança para a COVID-19, pelos quais Belize foi reconhecido como líder do setor. Belize também viu a pandemia como uma oportunidade para refletir sobre o futuro do turismo e lançou um plano ambicioso para tornar seu setor de turismo mais sustentável.

Belize viagens pós-pandemia

Belize | Foto: Meritt Thomas

2. Benim:

Embora o turismo ainda seja um setor pequeno em Benim, o país tem diversas atrações turísticas, que incluem cultura, praias e, principalmente, parques naturais. Para Benim, como para muitas outras nações africanas, a ausência de turistas durante a pandemia teve um impacto misto na vida selvagem e no meio ambiente. Animais voltaram aos lugares em que costumavam viver, se alimentar ou fazer ninhos. No entanto, a falta de visitantes e a redução do número de guardas florestais levaram a um aumento dos crimes ambientais. A crise demonstrou o papel importante que o ecoturismo desempenha na conservação da natureza no país.

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Cotonou, Benin | Foto: Steve Nimbus

3. Cabo Verde:

Cabo Verde já foi incluído na lista de Destinos Éticos por quatro anos em função do progresso em várias áreas, incluindo as questões ambientais. O arquipélago reúne montanhas, praias, aldeias à beira-mar, vales verdes e paisagens vulcânicas incríveis. Embora o governo tenha agido rápido para conter a pandemia, o país também muito foi atingido economicamente, já que o turismo é o principal setor da economia, sendo responsável por cerca de 25% do PIB e 39% da criação total de empregos. O governo de Cabo Verde trabalhou com hotéis e outras empresas do turismo para garantir a renda dos trabalhadores. Funcionários demitidos entre abril e dezembro de 2020 recebiam 70% do salário – metade paga pelo governo e metade pelas empresas. A indicação do Ethical Traveler é que, ao visitar, você se certifique de apoiar as empresas locais e não apenas os resorts de redes internacionais.

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Cabo Verde | Foto: Nick Fewings

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4. Costa Rica:

A Costa Rica já tem um longo histórico como pioneira no turismo sustentável e é um grande exemplo para outros destinos. Em 2019, o país recebeu o prêmio Campeões da Terra (Champions of the Earth), a maior homenagem ambiental da ONU, por seu papel na proteção da natureza e seu compromisso com políticas de combate às mudanças climáticas. Um programa de Pagamentos por Serviços Ambientais promoveu com sucesso a conservação da floresta e da biodiversidade, tornando a Costa Rica o único país tropical do mundo que reverteu o desmatamento.

O destino ainda previu a pandemia antes mesmo de ela chegar. No final de fevereiro de 2020, o Ministério da Saúde estabeleceu um protocolo de rastreamento de contatos e passou a exigir que as empresas adotassem medidas específicas de desinfecção. Como resultado dessas medidas preventivas, a Costa Rica manteve uma das menores taxas de mortalidade por COVID-19 da América Latina. O Instituto Costarricense de Turismo também lançou o Pura Vida Pledge – uma promessa de educar os visitantes sobre o verdadeiro significado do turismo responsável e as ações que eles podem realizar para fazer a verdadeira diferença para as comunidades locais no mundo pós-COVID-19. O compromisso, com cinco pilares de viagens sustentáveis e responsáveis, inclui certificação para turismo sustentável, compensação de carbono, voluntariado, respeito ao meio ambiente e garantia de qualidade.

Costa Rica

Foto: Alan Malamov

5. Equador:

No famoso arquipélago de Galápagos, a falta de turistas trouxe de volta a beleza remota, com a vida selvagem retornando a áreas onde não eram vistas há décadas. Quem atua no turismo no destino, começou a considerar como deve ser o futuro das viagens pós-pandemia, especificamente, como elas podem se tornar mais sustentáveis, tanto econômica quanto ambientalmente.

O Equador foi o primeiro país da América do Sul atingido pelo COVID-19 e uma das regiões mais afetadas em termos de infecções e mortes. Grupos mais vulneráveis, como a população indígena, foram vítimas da doença e o PIB deve cair 11%, aumentando o número de famílias que vivem na pobreza. A expectativa é que as viagens pós-pandemia ajudem a apoiar a conservação e também comunidades locais em todo o país.

Equador

Foto: Andres Medina

6. Gâmbia:

Este pequeno país do continente africano possui praias douradas rodeadas por palmeiras, lagoas pitorescas, vilas de pescadores tranquilas e vida selvagem abundante – incluindo peixes-boi, hipopótamos, crocodilos e quase 600 espécies de pássaros. Como na maioria dos países da África subsaariana, a COVID-19 não causou uma grande crise de saúde como nas Américas e na Europa. No entanto, a Gâmbia não pôde evitar o impacto econômico devastador, principalmente porque depende fortemente do turismo, que representa 20% do PIB.

O país reabriu suas fronteiras aos turistas em outubro de 2020, após ter desenvolvido medidas de segurança para os hotéis. Mas a crise também é vista como uma oportunidade de mudar o turismo para melhor. O país espera criar uma economia turística mais sustentável, reduzindo a pobreza nas áreas rurais por meio do turismo de base comunitária e estendendo a temporada turística tanto geográfica quanto sazonalmente.

Senegambia Beach

Foto: Wim Van

7. Jamaica:

Como uma das regiões mais dependentes do turismo do mundo, o Caribe foi o lugar mais afetado economicamente por esta pandemia. Na Jamaica não é diferente. Apesar de altos e baixos, o país tem sido reconhecido na gestão do COVID-19. Para minimizar o impacto econômico, a Jamaica foi um dos primeiros países caribenhos a reabrir suas fronteiras aos turistas, em 15 de junho de 2020. Em um difícil ato de equilíbrio para proteger a vida e o sustento dos jamaicanos, o governo desenvolveu protocolos de segurança rígidos.

Embora existam muitas opções de turismo sustentável na Jamaica, as viagens ainda são dominadas pelos resorts e navios de cruzeiro. No entanto, vários esforços estão sendo feitos para repensar as desvantagens do turismo de massa. Muitas empresas e destinos esperam atrair um tipo diferente de turista, com mais consciência cultural e ambiental.

Jamaica

Foto: Andy Ngucaj

8. Mongólia:

A Mongólia foi saudada por sua resposta ao COVID-19, com apenas 4 mortes até o momento, e a Organização Mundial da Saúde produziu um documentário elogiando os esforços de resposta do país. Um fator importante para tornar a resposta da Mongólia tão bem-sucedida foi a responsabilidade dos cidadãos ao cumprir as diretivas do governo.

Mas, embora o país tenha contido a doença, a população está sofrendo. Para impulsionar a economia, o governo aprovou pacotes de estímulo econômico com apoio a grupos vulneráveis. Quando for seguro viajar novamente, os visitantes podem ajudar a reviver a economia da Mongólia e sua indústria de turismo. Contrate motoristas locais; compartilhe refeições com famílias nômades e valorize a cultura.

9. Nepal:

Além de destino certo para aventureiros, o Nepal reúne templos dourados, charmosas vilas nas montanhas e paisagens diversas. O relatório da Ethical Traveler destaca que continuam preocupados com as tentativas de supressão da mídia, tratamento de refugiados tibetanos e episódios de corrupção no país, mas que desejam encorajar os esforços do Nepal para resolver esses problemas e seguir em frente.

O Nepal começou um sério lockdown em março de 2020 e permaneceu por muito tempo com um aumento lento de casos confirmados de COVID-19. Em junho, no entanto, enquanto milhares de trabalhadores migrantes voltavam para casa e o Nepal diminuía as restrições de viagens internas, os casos aumentaram mais de dez vezes. Em novembro, profissionais de saúde disseram que o país estava enfrentando uma situação “catastrófica”. Autoridades de turismo acreditam que pelo menos 800.000 pessoas tenham perdido seus empregos. Após as imagens chocantes da superlotação e lixo nos Himalaias em 2019, a pandemia pode dar espaço para que a região se regenere e está trazendo a oportunidade de o país pensar sobre as mudanças que deseja fazer no turismo de montanha. Outros movimentos positivos também têm acontecido para beneficiar o meio ambiente, as comunidades locais e os turistas.

Nepal viagens pós-pandemia

Kathmandu, Nepal | Foto: Sebastian Pena Lambarri

10. Uruguai:

A rápida resposta do Uruguai à pandemia (devido em parte à sua população relativamente pequena) tornou-o um caso isolado positivo na América do Sul. Eventos públicos foram logo cancelados e as fronteiras rapidamente fechadas. Ter um dos sistemas de proteção social mais abrangentes da América Latina ajudou o Uruguai a proteger a saúde e as finanças de suas populações mais vulneráveis.

Com quilômetros de praias, uma florescente indústria do vinho, prados e uma capital cosmopolita, nosso vizinho é reconhecido pelos Ethical Destinations Awards desde 2014, graças ao seu progresso e consciências social, ambiental e de direitos humanos.

Uruguai

Foto: Viajar Verde

Confira o relatório completo no site: https://ethicaltraveler.org/

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Sobre o Autor

Ana Duék

Jornalista de viagens com Mestrado em Gestão de Turismo e Hospitalidade pela Middlesex University (Londres). Desde 2015 defendendo um turismo mais consciente. Acredito que as viagens podem gerar mais impactos positivos para viajantes e para os destinos que nos recebem. Vamos descobrir como?