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Por que o turismo na Amazônia pode salvar a floresta?

turismo na Amazônia Estação Gabiraba
Foto: Ana Gabriela Fontoura
Escrito por Renata Ferreira

Diariamente, perdemos um pedaço de uma das regiões mais importantes do planeta. O aumento da degradação na floresta Amazônica, seja através de incêndios, desmatamento ou invasão de terras indígenas, se tornou uma preocupação mundial. Essas ações, invariavelmente, estão ligadas a interesses comerciais e políticas de crescimento econômico que se apoiam em tradicionais formas de lucratividade, como o agronegócio, exploração de recursos naturais e madeireiras. Mas a floresta possui um valor enorme quando está de pé. O turismo na Amazônia é um grande aliado para enxergamos seu benefício.

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viagem Amazônia

Foto: Sebastien Goldberg

Por que preservar a Amazônia?

Existem inúmeros motivos para preservarmos a Amazônia, todos conectados diretamente com o bem-estar mundial. Nós vivemos em um planeta sistêmico, ou seja, existe uma interdependência entre todos os seres. O que acontece do outro lado do mundo impacta diretamente aqui. Por exemplo, grande parte das chuvas que temos no Brasil são iniciadas no deserto do Saara, suas areias vêm carregadas pelo vento na Amazônia, trazendo com elas diversos elementos químicos. Ao chegar na floresta Amazônica, as chuvas sofrem processos, criando os rios voadores, uma grande quantidade de água que se espalha pela América Latina.

Outros motivos para conservar a floresta Amazônica são a capacidade de guardar carbono dentro de sua mata, regulando o clima mundial; a preservação da cultura e saberes das comunidades tradicionais; a existência de produtos de baixo impacto ambiental e grande benefício econômico; e o rico bioma que possui uma série de tecnologias naturais, especialmente para saúde. 

Conheça o potencial da bioeconomia com a Amazônia 4.0

turismo na Amazônia

Foto: Diego Arelano para Vivejar

Como o turismo na Amazônia pode salvar a floresta?

Você gosta de viajar para descansar na natureza? Em 2019 apenas, o gasto de turistas estrangeiros no Brasil foi de US$ 5.913 bilhões. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em 2017, nos munícipios que são cercados por Unidades de Conservação, os turistas gastaram cerca de R$ 2 bilhões. Dados assim demonstram o potencial econômico do turismo ecológico.

Movimentar a economia é importante por diversos fatores, desde o apoio de políticas públicas e investimentos de empresas para preservação ambiental, até benefícios para os próprios moradores locais, que conseguem alcançar subsistência e permanecer em suas terras, sem precisar explorar e/ou vender áreas que serão futuramente degradadas.

turismo na Amazônia Estação Gabiraba

Foto: Ana Gabriela Fontoura

“O Turismo de Base Comunitária (TBC), com o qual trabalhamos na Amazônia pela Estação Gabiraba desde 2007, tem ainda o dom de fortalecer os laços, vínculos e as lideranças, à medida em que os moradores assumem o papel de protagonistas em seus espaços, dialogando e construindo coletivamente, com o poder de decisão e transformação partindo das comunidades”, explica Ana Gabriela Fontoura, fundadora da operadora Estação Gabiraba.

Outro ponto positivo para as viagens é o seu potencial educacional. Ana Gabriela comenta que o ecoturismo se relaciona diretamente com as ações de educação ambiental e o programa de visitação das Áreas Protegidas, ampliando a sensibilização da população local e dos turistas quanto à importância da conservação. Ana garante: “As viagens são oportunidades incríveis de aprendizado e transformação positiva. São verdadeiras plataformas propulsoras de boas ideias”.

Viajante como agente transformador

Paula Arantes, consultora de ecoturismo e turismo sustentável, nos lembra que a Amazônia sempre esteve no imaginário coletivo e que as pessoas têm vontade de conhecer e interagir.

Para além do meio-ambiente, o turismo na Amazônia pode transformar nossa visão de vida e também a dos moradores. “A interação com a cultura local conecta o viajante com estilos de vida diferentes do seu. Conhecer uma nova cultura, vivenciar, experimentar novos alimentos, trocar com os locais, faz com que os próprios viajantes se tornem defensores e disseminadores da importância da conservação da Amazônia”, incentiva Paula.

Ela ainda aponta que a interação com o viajante tem grande impacto para a comunidade local, especialmente com os mais novos, que, ao verem sua cultura valorizada, entendem a necessidade de preservação dos saberes e da natureza. É uma grande ferramenta de transformação social.

Pousada Uacari

Pousada Uacari | Foto: Eduardo Coelho

Todo turismo é positivo?

Precisamos nos lembrar que nem todo turismo é positivo para o destino. Se não houver um acompanhamento de leis e iniciativas que ajudem na proteção do destino, com a limitação do número de visitantes, controle de construções e desmatamento fora dos acordos ambientais, conscientização dos turistas e dos moradores locais sobre a necessidade de cuidado e preservação, e respeito à cultura e comunidades tradicionais, o turismo pode acabar se tornando mais um ponto de degradação.

Como ser um viajante responsável na Amazônia

Se você chegou até aqui, já é um passo incrível – mostra que se interessa não apenas pelo o que irá receber do destino, mas também por como você pode contribuir para a preservação e regeneração da nossa Amazônia, e esse é um grande passo para ser um viajante responsável.

Veja então algumas atitudes que você pode ter para ajudar a cuidar da Amazônia enquanto viaja:

turismo na Amazônia Estação Gabiraba

Foto: Ana Gabriela Fontoura

Pesquise e leia bastante antes de viajar, não só sobre o destino Amazônia, mas também sobre a atual situação das florestas e de suas populações. Estar informado é a melhor forma de fazer escolhas certas.

Busque agências e hotéis responsáveis – viaje com quem já possui iniciativas conscientes e que, além de atender bem o turista, é parceiro das comunidades. Desconfie das agências e lodges que vendem shows montados e nada naturais com indígenas ao invés de experiências realmente autênticas.

Respeite a cultura local – procure conhecer a essência da Amazônia. Vá com o coração e ouvidos abertos, respeitando o estilo de vida das comunidades. Se quiser levar alguma recordação, recorra aos artesanatos locais. Comprando diretamente das comunidades você garante emprego e renda para muitas pessoas.

Contrate um guia ou condutor local – se você não conhece a região e não está viajando em uma excursão, considere sempre contratar um guia ou condutor de ecoturismo experiente. Ele vai poder garantir não só a sua segurança, mas também seu conforto e evitar perrengues desnecessários.

Ajude a preservar a natureza – fotos, vídeos e memórias são o suficiente para guardar lembranças do local. Deixe os animais, plantas e outros elementos da natureza em seu lugar. Além disso, tenha cuidado com o que leva para dentro da floresta, cuide do seu lixo e tenha atenção também para os repelentes e protetores solares que podem ter grande impacto, especialmente nas águas. Opte sempre pelas versões mais naturais.

Atenção com as atrações que usam animais silvestres – eles são seres que precisam de espaço para viver de forma saudável. Portanto, as atrações seguras e responsáveis são aquelas que onde bichos estão soltos e sem proximidade com os turistas.

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Turismo com animais silvestres: como ser um viajante amigo dos animais?

turismo na Amazônia Alter do Chão

Alter do Chão | Foto: Nathália Segato, Unplash

Agências e operadoras responsáveis para você fazer turismo na Amazônia brasileira:

  1. Amazon Emotions
  2. Braziliando
  3. Estação Gabiraba
  4. Poranduba
  5. Turismo Consciente
  6. Uika
  7. Vivejar
  8. Vivenciar

Podemos ver que viajar é mais do que uma maneira de descansarmos e recarregarmos nossa energia. É também uma ferramenta de conhecimento, educação e preservação da diversidade – um caminho positivo e necessário para a Amazônia. Incentive o turismo ecológico para manter de pé aqueles destinos que amamos!

+ Mais:

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Sobre o Autor

Renata Ferreira

Graduada em psicologia e pós-graduada em Negócios da Moda, direcionou suas formações para a sustentabilidade. Após conhecer algumas iniciativas no Brasil e na ânsia de descobrir novas, colocou o pé na estrada. Através de viagens e experiências sustentáveis, facilita o caminho da transformação pessoal necessária para uma vida mais integrada.

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