Incêndios florestais, que começaram na semana passada, já tomaram pelo menos 11 regiões do Peru, incluindo três áreas de preservação, no que os cientistas já consideram a maior seca dos últimos dez anos. Com 12 mil hectares já destruídos e animais ameaçados, o país declarou estado de emergência.
O chefe da área de preservação florestal Paigabamba, em Cajamarca, uma das regiões mais atingidas, disse ao jornal The Guardian que a velocidade do fogo surpreendeu e que as pessoas têm o hábito de fazer queimadas para preparar a terra para o plantio nessa época do ano porque contam com as chuvas. Mas ainda não se sabe se os incêndios ocorreram por causas naturais ou interferência humana.
Os ecossistemas mais afetados são os páramos (ecossistema intertropical de montanha típico dos Andes) e os bosques de montanha, especialmente na região norte do país. Ambientalistas acreditam que, se o fogo continuar, pode prejudicar inclusive a capacidade de armazenamento de água do ecossistema e o futuro abastecimento no período de estiagem (abril a novembro).
Em agosto deste ano, cerca de 24 especialistas da Bolívia, Brasil e Peru enviaram uma carta informando às autoridades sobre o que poderia ser uma das secas mais intensas dos últimos anos. Nenhuma providência foi tomada. No momento, bombeiros, voluntários e as populações locais trabalham para conseguir conter o fogo.