Um trabalho de restauração fracassado na Grande Muralha da China chamou a atenção das pessoas para o fato de que muitas partes do maior monumento do mundo estão caindo em pedaços. Fotos de placas de cimento lançadas negligentemente sobre as pedras argamassadas colocadas pela dinastia Ming chocaram a internet, mostrando o descaso com a restauração.
Em algumas partes da Muralha, que tem 21.000 km, até 80% da estrutura está destruída por causa de vandalismo, erosão e atividades de mineração. De acordo com Dong Yaohui, fundador da ONG Great Wall Society of China e o primeiro homem a caminhar por toda a extensão da Muralha da China, os efeitos climáticos também prejudicam o monumento. Mas os grandes danos são causados por intervenções humanas.
Recentemente, o jogador profissional da NBA, Bobby Brown, causou revolta ao pichar o muro enquanto visitava a China. Além dos visitantes que escrevem nas pedras, muitos moradores de vilas próximas as roubam para construção ou para venda.
Dong fundou a ONG para ajudar na conscientização quanto à manutenção do patrimônio histórico. Ele acredita que seu enorme tamanho dificulte a conservação. Só há dinheiro para conservar pequenas áreas, normalmente nas regiões mais turísticas. De acordo com pesquisas da Great Wall Society of China, apenas 8.2 % da Grande Muralha da China ainda estão com bom estado. A ONG trabalha ainda para reforçar leis de acesso e proteção. Desde 2006 estão proibidas as raves que aconteciam do lado de fora da Muralha, próximo a Beijing.