Viajar pelo mundo é uma experiência incrível, mas algumas vezes, mesmo na estrada, queremos a sensação de estar em casa. Se você é esta pessoa, que está cansada do agito dos hostels ou da solidão dos hotéis, existe um meio-termo que te atenderá: o coliving.
Veja como funciona o coliving para viajantes e nômades digitais!
O que é Coliving?
O coliving é uma moradia que dividimos com outras pessoas. Esse processo é feito através do aluguel de quartos em uma casa ou apartamento que possui áreas coletivas, como a cozinha, sala de estar e um espaço de trabalho (coworking). Essa modalidade difere das repúblicas. Apesar do conceito de dividir uma casa ser semelhante, suas estruturas são bem distintas.
Enquanto as repúblicas são organizadas coletivamente pelo grupo da casa, jovens, estudantes, que normalmente gostam de muita festa, o coliving é administrado por uma empresa ou uma pessoa, que estabelece regras para o local e organiza tudo conforme o conceito e público que quer atingir. Esse estilo de moradia é mais procurado por jovens adultos, a partir dos 25 anos, que trabalham remotamente e querem compartilhar uma casa, mas precisam se concentrar no trabalho e buscam um ambiente mais calmo.
O valor do coliving dependerá muito da região ou país, mas ele geralmente sairá mais barato do que alugar um apartamento sozinho ou hospedar-se em um hotel. Em seu valor, normalmente já estão incluídas as contas básicas da casa e, em alguns casos, serviços como lavanderia, café da manhã, limpeza e outras comodidades.
Como funciona o Coliving para viajantes e nômades digitais
Com o aumento do slow travel e do nomadismo digital, os modelos de hospedagens precisam cada vez mais se adequar aos variados gostos. Hoje existe uma demanda de viajantes que querem trabalhar enquanto estão na estrada, ou querem apenas um contato maior com outras pessoas, mas acham os hostels muito agitados.
O coliving é a opção perfeita para esses viajantes, já que une a privacidade de um quarto particular, espaço para trabalho, áreas de convivência e acordos para uma boa coabitação. O mais interessante é que grande parte dos espaços entrevistam o potencial inquilino antes de admiti-lo, garantindo que os moradores, mesmo que temporários, tenham objetivos semelhantes, minimizando muito os problemas que poderiam surgir em um grupo com propósitos diferentes.
Grande parte dos colivings são voltados para hospedagem a longo prazo, com mínimo seis meses. Mas gradualmente isso está mudando, com oportunidades de aluguel a partir de um mês. Hoje já podemos encontrar pessoas se organizando para montar grupos exclusivamente de nômades digitais, focados em fazer um isolamento devido à pandemia de Covid-19. A vantagem é estar em um destino que gostaria de conhecer, dividir um espaço e fazer novas amizades.
Como encontrar um coliving para nômades digitais?
Encontrar um coliving para nômades digitais ainda exige tempo de pesquisa. Poderia te dizer facilmente apenas “dê um Google”, porém, a verdade é que, como disse acima, grande parte dos colivings pedem um longo prazo de contrato. Mas não se preocupe, fiz uma seleção de lugares e dicas que te ajudarão nessa busca!
Not On Vacation – Maresias, SP
O Not On Vacation é um novo projeto idealizado por um nômade digital, Diego Arelano. Através das suas próprias experiências de hospedagem, Diego percebeu que os colivings eram os espaços ideais para o seu estilo de vida e viagem, que precisava integrar trabalho com novas amizades. Ao voltar para o Brasil, depois de algum tempo rodando o mundo, ele percebeu ser o momento certo para proporcionar a outros viajantes a experiência de compartilhar uma casa com pessoas que possuem interesses em comum.
A ideia do Not On Vacation é, enquanto estamos em pandemia, ter um isolamento compartilhado. Ali existe o incentivo da convivência exclusiva entre os moradores. Diego nos conta: “O grande diferencial é a experiência de estar em comunidade. Tem um valor que às vezes as pessoas não percebem. Estar com outros nômades, rola muito networking. Fazemos nossas festas para o grupo – na sexta-feira já tem alguém que coloca a cerveja no congelador, afastamos os móveis da sala, confraternizamos entre a gente”.
Hoje o Not On Vacation acontece em Maresias, litoral norte de São Paulo, mas Diego já tem planos de expandir. Grupos são organizados para se hospedarem durante um mês em uma ou mais casas, dependendo do tamanho do grupo, que pode variar de 6 a 7 por habitação. O local foi escolhido principalmente para proporcionar uma experiência perto da natureza, sem deixar de lado a estrutura cômoda de uma cidade para quem precisa trabalhar.
Colmeia Coliving – várias cidades no estado de São Paulo
Essa é uma alternativa interessante para nômades digitais que querem passar um período mais longo na cidade de São Paulo, já que na Colmeia Coliving o mínimo da estadia é de 3 meses. As suas diferentes residências ficam em bairros nobres de São Paulo, uma ótima oportunidade para dividir um casarão com os amigos e conhecer a capital cosmopolita.
HAUS von Ritter – Porto Alegre, RS
Um coliving com estrutura de hotel, literalmente, já que é unido ao Ritter Hotel através de um jardim interno. Além dos serviços básicos, como internet, água, TV a cabo, o HAUS também oferece serviços extras que existem no hotel, como arrumação do quarto, café da manhã e descontos para amigos que vão visitar e podem se hospedar no hotel.
Selina – várias partes do mundo
O Selina é um misto de hostel e coliving, por isso, ele não será necessariamente a hospedagem mais tranquila. Entretanto, eles possuem uma estrutura de coworking interessante, se preocupam com a boa conexão em suas unidades e possuem o programa Colive, através do qual disponibilizam uma assinatura mensal, onde o viajante pode se hospedar em três diferentes destinos no mesmo mês.
Coliving.com – várias partes do mundo
Este é um site de busca que concentra vários colivings ao redor do mundo. Nele, além de visualizar um mapa global com a localização de cada hospedagem, você também pode filtrar por data, preço, local, tipo de quarto e amenidades oferecidas. No site você encontrará informações mais detalhadas sobre cada espaço e também a avaliação feita por outros moradores.
Além dessas opções, é interessante ver o movimento de alguns viajantes que se conheceram pela internet e alugaram uma casa juntos. Essa é uma maneira de formar um coliving sem o suporte de uma empresa, mas que pode te atender caso você não encontre sua hospedagem ideal no destino que quer visitar. Uma dica, neste caso, é ter uma boa conversa antes de alugar a casa, alinhando expectativas e definindo acordos para uma boa convivência.
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