Viajante Cultural

‘Todas as Manhãs do Mundo’, um filme sobre amor e preservação

Foto: Marcelo Skaf
Em cartaz durante o Festival do Rio, ‘Todas as Manhãs do Mundo’ revela imagens do amanhecer em alguns dos mais belos santuários naturais do planeta

O amanhecer em diferentes lugares do mundo traz revelações e imagens surpreendentes. Algumas delas podem ser vistas no longa “Todas as Manhãs do Mundo”, do documentarista brasileiro Lawrence Wahba, em cartaz durante o Festival do Rio. Filmado inteiramente em ambiente natural, o filme tem como grandes “estrelas” os animais: do carismático urso polar ao curioso lagarto de chifres dos desertos do México, o longa retrata as aventuras dos animais na luta pela vida. Salmões enfrentam a força das águas e as garras dos ursos pardos numa odisseia para chegar ao rio em que nasceram para desovar; as mais exóticas e coloridas criaturas marinhas se camuflam para sobreviver nos recifes mais ricos do mundo; leões e búfalos travam batalhas épicas e onças e outros animais dançam ao ritmo das águas no Pantanal.

O filme é resultado da premiada série homônima, exibida pelo Canal NatGeo em outubro de 2015. Fruto de uma parceria entre a Fox Film do Brasil, Canal Azul e produtora Bonne Pioche, vencedora de Oscar com o documentário “A Marcha dos Pinguins” (2006), a série foi um sucesso de público e crítica. O filme traz as vozes dos atores Aílton Graça e Letícia Sabatella como o Sol e a Água, “pai” e “mãe” da vida no planeta, respectivamente. Maior produção de natureza da história do cinema nacional, com imagens captadas por Wahba e mais 12 cinegrafistas franceses e brasileiros ao longo de 42 semanas, o longa conta com sequências inéditas do acervo do cineasta, estas produzidas nos últimos sete anos em todos os continentes e oceanos – do deserto da Baja Califórnia ao impiedoso ciclo das águas no Pantanal, passando pelas florestas temperadas do Canadá, pelos exuberantes recifes da Indonésia e pelas savanas africanas.

Foto: Lawrence Wahba

Com direção de Lawrence Wahba e roteiro do renomado diretor/roteirista Rubens Rewald (“Super Nada”, 2012) em parceria com Rodolfo Moreno e o próprio Wahba, o documentário permite diversos níveis de compreensão, abrangendo tanto o público infantojuvenil quanto os fãs do gênero. A narrativa leve e bem humorada tem rigorosa consultoria científica e aborda conceitos distintos relacionados à preservação e à sustentabilidade, como aquecimento global, poluição e cadeia alimentar, entre outros. Tudo de forma leve e lúdica, tornado o filme palatável para pessoas de todas as idades.

Para Lawrence, um dos ganhadores do Emmy Awards 2013 pelo programa “América Selvagem”, da NatGeo TV, o resultado final do longa sintetiza seus quase 25 anos de carreira em 84 minutos: “O que os olhos não veem, o coração não sente. O que me motiva a ficar tanto tempo longe dos meus filhos e do conforto de casa é trazer para eles e para todas as pessoas as belezas naturais que ainda existem no mundo, sensibilizando-os para a necessidade de preservá-las. Dizem que o ser humano aprende apenas pelo amor ou pela dor. Os grandes filmes recentes sobre natureza, como “11th Hour”, de Leonardo de Caprio, ou “Verdade Inconveniente”, do Al Gore, tentam educar pela dor, mostrando o quanto o planeta está sofrendo. Sem querer me comparar a eles, “Todas as Manhãs do Mundo” pretende educar pelo amor, mostrando as belezas que ainda existem e precisam ser preservadas. Buscamos trazer a leveza e a profundidade de “A Marcha dos Pinguins”, fazendo um filme para toda a família. Espero que as pessoas gostem, se divirtam, se emocionem e saiam otimistas do cinema, sabendo que o nosso planeta é lindo e a vida ainda resiste aos desmandos do homem.”

A estreia oficial da produção nas telonas acontece no segundo semestre de 2017.

O filme ainda estará em cartaz no Festival do Rio no dia 12/10, às 17h30, no Estação NET Ipanema
Ingressos: http://www.ingresso.com/rio-de-janeiro/home/espetaculo/cinema/todas-as-manhas-do-mundo 

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Sobre o Autor

Ana Duék

Jornalista de viagens com Mestrado em Gestão de Turismo e Hospitalidade pela Middlesex University (Londres). Desde 2015 defendendo um turismo mais consciente. Acredito que as viagens podem gerar mais impactos positivos para viajantes e para os destinos que nos recebem. Vamos descobrir como?