por Jaqueline Vargas
Hoje é dia de desbravar novos cantinhos de Florianópolis e vamos partir para o Norte da Ilha, o destino certo para os amantes da história, cultura, natureza e boa gastronomia.
Posicionadas em lugares paradisíacos no Brasil, as fortalezas contam muito da história local e em Florianópolis não é diferente. Acompanhados da guia de turismo da agência Ecoexperiências, conhecemos a Fortaleza de São José da Ponta Grossa, a única fortaleza com acesso de carro (as outras somente de barco), localizada na praia do Forte. Durante a visita, a guia explica que ela faz parte de um triângulo de proteção, que pretendia fazer um fogo cruzado e foi construída para evitar principalmente as invasões espanholas no século XVIII. O local também rememora os primeiros imigrantes açorianos na Ilha, que foram trazidos para trabalhar nas fortalezas, e revela as principais influências culturais dos manezinhos (apelido carinhoso para nascidos na Ilha). E claro que isso é só uma palhinha de toda a história. Vale conferir!
Depois da Fortaleza, fomos para a praia da Daniela. Somos então convidados a fazer uma caminhada na areia e do ladinho de uma das maiores unidades de conservação de Florianópolis, a Estação Ecológica dos Carijós. O nome é uma homenagem a uma antiga população indígena da região. A praia é praticamente semi-deserta e durante o trajeto vamos conhecendo espécies da flora e fauna do manguezal. Terminamos numa mística ponta chamada dos Desejos ou Pontal da Daniela. Realmente a paisagem é digna de um “uau”!
Já vai batendo a fome e a guia liga para o Seu Antônio ir preparando o nosso peixe grelhado. O pequeno restaurante é todo gerido por uma família na praia do Sambaqui. A vista não poderia ser mais bonita, na beira do mar. Seu Antônio é um senhorzinho atencioso que faz questão de atender. E a comida caseira é deliciosa. Almoço daqueles sem pressa de ser finalizado. Caminhamos até a vizinha Associação do Bairro Sambaqui e visitamos o casarão das rendeiras de bilro. O local é uma casa antiga, muito bem cuidada pela comunidade e cheia de vida pelo colorido do seu artesanato, com um espetáculo à parte que são as rendeiras – carismáticas, dispostas a contar boas histórias e orgulhosas do que fazem. É uma experiência linda de se ver. Quem se atreve, pode tentar fazer um ponto, e elas se divertem nessa interação com o visitante. A renda de bilro é uma tradição trazida pelos açorianos e é vendida no local a preço justo.
Depois das rendeiras, desfrutamos das belezas de Santo Antônio de Lisboa. O bairro é um dos mais antigos núcleos açorianos e preserva sua linda igreja, bastante concorrida para casamento, além de casarios ao mais belo estilo arquitetônico luso-brasileiro. Rota gastronômica de Floripa e famoso pelo seu pôr do sol, surpreende com suas lojinhas de artesanato e deliciosas cafeterias. Para nós foi impossível não provar um pastel de belém bem português de sobremesa. Aos sábados tem uma feirinha de artesanato e a guia nos faz caminhar na primeira rua calçada de Santa Catarina, um luxo só, que provavelmente passaria batido se estivéssemos desacompanhados.
O passeio finaliza na Ponte Hercílio Luz. Cartão postal da cidade, uma obra prima de 1926. O seu melhor ângulo de visitação é exatamente junto a um forte, chamado de Santanna. No local, além de conhecer a intrigante história desse patrimônio tombado, ainda descobrimos a origem do nome de Florianópolis e viajamos nos velhos tempos da Ilha da Magia.
Tem como não amar um dia assim, interagindo com a comunidade, natureza e conhecendo a história e costumes do local? Se isso lhe atrai, você com certeza tem grandes chances de ser um turista sustentável!
Onde? Florianópolis – Passeio Norte da Ilha
Quem faz? www.ecoexperiencias.com.br
Esse texto foi escrito por:
