Diversos acontecimentos recentes têm alertado o mundo para as consequências da exploração inconsequente de animais em troca do simples prazer humano. “Prazeres” que passam por valores e recompensas questionáveis, como selfies, recordações de viagem ou exposição internacional de um evento. Mas pouco têm a ver, na verdade, com a genuína experiência de compreender ou ver um animal em seu habitat natural e respeitar seus hábitos.
Qual será o grande encanto de visitar um templo budista na Tailândia que maltrata e trafica tigres? Ou fazer um passeio no Camboja com elefantes que trabalham por horas seguidas e morrem de calor e exatustão? E por que é mais simples colocar um gorila, um boto ou uma onça em exibição e simplesmente matá-lo se algo der errado?
Enquanto o homem não comprender e aprender a respeitar sua relação com os animais e com outras pessoas, episódios como o assassinato da onça Juma, que participou do Tour da Tocha Olímpica em Manaus e foi abatida por tentar atacar um oficial, serão constantes. Há séculos utilizamos os animais para nos servir. Mas já está mais do que na hora de repensarmos esta ideia e abrirmos caminho para entender que os animais podem estar presentes no turismo e no entretenimento, mas sem precisarmos de aquários, zoológicos e outros formatos de exploração.
Simplesmente dizer que reconhecemos o erro não é suficiente para mostrar que refletimos e entendemos a questão. Faltou uma cuidadosa explicação. O Comitê Rio2016 se posicionou informando que episódios como esse não se repetirão, depois de já ter colocado golfinhos para nadarem com a tocha e tribos indígenas para dizerem “somos olímpicos”. Será que os índios brasileiros, ainda lutando para preservar suas terras, cultura e raízes, realmente se sentem parte do movimento Olímpico? Não seriam eles também parte desse “movimento” exploratório?
Será que alguém realmente entendeu o que a onça, o boto e os índios estavam fazendo ali? Se eram propaganda para o turismo, eles rapidamente deixaram de ser… Porque, cada vez mais, os viajantes buscam destinos genuínos e respeitosos com seus habitantes.
E cabe a nós fazermos a nossa parte!