Destino Internacional

Hotel Amak, no Valle Sagrado, apoia projeto agroecológico

Hotel Amak
Valle Sagrado, um dos lugares mágicos do Peru | Foto: Daniel Gonzalez
Escrito por Renata Ferreira

O Valle Sagrado, no Peru, é pura magia. Nele podemos sentir o grandioso poder das montanhas de mais 4.000 metros acima do mar e perceber as transformações por que a Terra passou até criar estes lindos montes que derramam águas geladas, formando os rios da região. Encontramos pelas estradas diversas plantações. Infelizmente, grande parte, regada por agrotóxicos. Mas, no meio disso tudo, o Hotel Amak faz a diferença, oferecendo o local ideal para mergulharmos nessa beleza de uma forma consciente.

Hotel Amak

Fachada do Hotel Amak, no Valle Sagrado, Peru | Foto: Daniel Gonzalez

Hotel Amak Valle Sagrado

Ao passar pela estrada Calca, que liga Urubamba a Pisac, no km 57 você avistará uma placa escrita “Amak”. Seguindo o sinal, entre em uma rua de terra, que é uma mescla de casas, plantações de morango e milho, cachorros e vacas caminhando na vizinhança. No fim da rua, você verá o hotel à sua direita, com um belo jardim e construção inspirada nos incas.

Todo o hotel tem artes típicas do Peru, desde quadros, esculturas, até os tapetes e almofadas. Aqui tem uma mistura que amo no Valle Sagrado, o contraste das montanhas gigantes de pedras com as flores coloridas e água abundante, entre cores terrosas, com pontadas de vermelho e rosa que vibram. É a energia que tenho encontrado na região, poderosa, sempre bonita, por horas dura e por outras outras amorosa.

Hotel Amak

Restaurante com vista para o Valle | Foto: Daniel Gonzalez

Enrique Navarro, o gerente geral da rede de hotéis Amak, é um Cusquenho apaixonado pelo seu país e compartilha com a gente todo o cuidado que eles têm em manter a beleza e cultura local, preservando seu entorno. Ele ainda diz que o propósito é empoderar a comunidade, mostrar para eles que podem se orgulhar da sua ancestralidade e seu trabalho. Essa filosofia cai bem com o modelo horizontal e enxuto da equipe do hotel: poucas pessoas que são da própria comunidade, dando o melhor treinamento e preservando um relacionamento próximo e humanizado.

Os quartos têm opção de vista para o jardim da frente ou dos fundos, onde passa o Rio Urubamba, e são cercados pelas incríveis montanhas, onde você pode avistar o topo da Apu Pitusiray (Apu significa montanha em Quechua). Um destino certeiro para quem gosta de uma boa aventura com escalada.

Hotel Amak

Foto: Daniel Gonzalez

A localização do Hotel Amak é perfeita para quem quer visitar o Valle Sagrado, pois está no meio da rota, com fácil locomoção pelas províncias importantes, como Urubamba e Pisac. Também é ideal para quem quer sair do óbvio e conhecer outras cidadelas com beleza natural, como Calca, ou ainda projetos culturais e de agricultura coordenados pelos moradores locais. Para esses passeios de imersão, o hotel possui ótimas indicações.

Turismo pela agroecologia

Ao entrar no site do Hotel Amak, a chamada Turismo por la Agroecologia será a primeira coisa que você verá. A campanha faz parte de um projeto de educação para agricultores e é desenvolvida pela Alianza Andina para el Desarollo Sostenible (Aliança Andina para o Desenvolvimento Sustentável). Nos pacotes acima de 50 dólares, 5 dólares são destinados para a ONG, que reverte o dinheiro para alguma das comunidades parceiras.

O Amak tem como filosofia o “0 km”, que é escolher produtos e contratar pessoas que estão nas proximidades. Isto, além de incentivar a economia local, faz com que a emissão de CO² e outros impactos ambientais sejam contidos. Grande parte da alimentação no hotel, que é deliciosa, vem da Eco-Huella, projeto participante da campanha, ou de produtores locais.

projeto EcoHuella

Agroecologia no projeto Eco-Huella | Foto: Daniel Gonzalez

Iniciativas como a do Turismo por la Agroecologia transformam a sua viagem em muito mais do que simplesmente aproveitar algum benefício do destino – são oportunidades de dar em troca tudo o que está recebendo. A Alianza Andina para el Desarollo Sostenible não só educa em relação a práticas sustentáveis para a plantação, como gera um grande impacto positivo na autoestima dos camponeses.

“O problema da pobreza não é o dinheiro, é a autoestima. Nos primeiros encontros você vê que os camponeses não olham no seu olho, ficam de cabeça baixa, porque o conhecimento deles não é valorizado. Os engenheiros chegam e dizem que estão fazendo tudo errado. Mas essas pessoas conhecem mais do que ninguém de plantação, aprenderam com os pais, avós, bisavós. Então, nós chegamos lá e pedimos para eles mostrarem tudo o que sabem, compartilharem o conhecimento. Depois de uns 4 encontros você já começa a perceber a diferença”, compartilhou Julio César Nina, um dos coordenadores da Allianza Andina e também criador do Projeto Eco-Huella.

projeto EcoHuella

Julio César Nina, criador do Projeto Eco-Huella | Foto: Daniel Gonzalez

Julio dividiu histórias que emocionam pela sua simplicidade e profundidade e nos fazem lembrar a importância do trabalho na terra, que há muito é desvalorizado. Diversas comunidades rurais estão se desfazendo, pois, o trabalho é considerado pesado, pouco lucrativo e, pela mentalidade da nossa “era moderna”, o conhecimento empírico é deixado de lado, em favor da academia.

Através da Alianza Andina e do Projeto Eco-Huella, os agricultores estão conseguindo produzir alimentos orgânicos, o que protege a saúde deles e da terra, de uma maneira lucrativa. As iniciativas têm possibilitado a realização de sonhos e de uma vida com mais conforto, onde hoje os filhos podem escolher permanecer na comunidade, mas também têm a oportunidade de estudarem fora e conhecerem o mundo.

Projeto Eco-Huella

Se você quer ir além da doação financeira, é possível conhecer de perto a iniciativa, desenvolvida por Julio, Yésica, Richard, Janet, Juana, Inti, todos da grande família (cito o nome de todos, porque é lindo ver a participação e valorização de cada um ali). O projeto, que está localizado em Calca, existe há 14 anos, e já capacitou mais de 500 agricultores e 50 técnicos sobre produção orgânica, compostagem, preparo da terra e criação das suas próprias sementes.

projeto EcoHuella

Agroecologia no projeto EcoHuella | Foto: Daniel Gonzalez

Na visita, você terá o prazer de conversar com a família, que contará a sua história de resgate da agricultura e dividirá seus conhecimentos sobre cultivo orgânico, e se quiser, pode aproveitar também um almoço tradicional feito com os alimentos do próprio quintal. Não espere um show armado para turistas, saiba que estará entrando em um autêntico território e conhecerá a real rotina.

projeto EcoHuella

Experiência de conhecer de perto o projeto EcoHuella | Foto: Daniel Gonzalez

Este passeio foi maravilhoso, uma aula sobre cultura peruana, agricultura, e fortalecimento de comunidade. Me fez rever muitos conceitos sobre desenvolvimento e como eu posso impactar positivamente a vida de mais pessoas fazendo escolhas sustentáveis. Recomendo com todo amor essa visita. Estamos gratos pelo Hotel Amak e a oportunidade de conhecer um Peru autêntico e as pessoas incríveis que fazem parte dele.

Para quem quer continuar a viagem pelo Peru e conhecer a linda selva amazônica, aproveite também o Amak Ikitos, um resort com all inclusive, no meio da floresta, uma maneira de relaxar na natureza e viver boas aventuras.

Saiba mais sobre o hotel em https://amakperu.com/

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Sobre o Autor

Renata Ferreira

Graduada em psicologia e pós-graduada em Negócios da Moda, direcionou suas formações para a sustentabilidade. Após conhecer algumas iniciativas no Brasil e na ânsia de descobrir novas, colocou o pé na estrada. Através de viagens e experiências sustentáveis, facilita o caminho da transformação pessoal necessária para uma vida mais integrada.

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