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Sociedade Cultura Artística – formando cidadãos mais conscientes

Foto: WeArt

Prêmio BraztoaNa segunda entrevista da série de ganhadores do Prêmio Braztoa de Sustentabilidade, trazemos a conquista da Sociedade Cultura Artística – SCAR, de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, que lembrou que arte, cultura e educação também fazem parte do turismo. A SCAR, um centro cultural que desde 2003 estimula os valores e cultura regionais, promovendo espetáculos e formando artistas, foi vencedora na categoria Parceiros do Turismo, destacando sua dedicação aos cuidados com o meio ambiente e em projetos sociais criativos para a comunidade.

Conversamos com a gerente executiva da SCAR, Edilma Lemanhê, que explicou porque a Sociedade abraçou a causa da sustentabilidade:

Viajar Verde – Como os investimentos em boas práticas ambientais trouxeram corte de gastos e aprendizado?

Edilma – Além dos ganhos financeiros, a SCAR tem utilizado o fato de ser o primeiro Centro Cultural sustentável do Brasil para conscientizar alunos e frequentadores dos eventos, multiplicando a mensagem de sustentabilidade não só em Jaraguá, mas em todo o mundo.

Cerca de 75% da energia elétrica consumida no prédio do Centro Cultural é gerada por meio da incidência da luz solar nas 480 placas de captação instaladas em 960m2 do telhado do prédio. A capacidade de geração mensal é de 14 mil kWh e, nos dias em que a geração é maior que a necessidade predial, a energia retorna para a rede elétrica, colaborando também para o abastecimento da cidade.

Já para a captação de água da chuva, foram instaladas cisternas e caixas d’água com capacidade de armazenamento total de 70 mil litros de água, direcionada para a limpeza das estruturas físicas, descargas e pias dos banheiros, havendo abastecimento externo somente para os pontos onde é necessária água potável.

VV – Como os projetos sociais que a SCAR apoia têm mobilizado e causado impacto na comunidade local?

Edilma – A SCAR sempre entendeu seu papel de agente ativo no desenvolvimento da cultura em todas as frentes. No fomento a projetos, na educação básica, na formação de público e no debate democrático com a classe artística e o poder público para definição e execução de políticas culturais. Nossos projetos formam não só músicos, atores, bailarinos ou artistas plásticos. Formam cidadãos mais conscientes de seu papel na sociedade. Formam profissionais e desenvolvem carreiras.

VV – Por que uma entidade que estimula e apoia a cultura também tem o papel de pensar a sustentabilidade?

Edilma – A SCAR sempre buscou a sustentabilidade em três eixos: cultural, financeiro e ambiental. Entendemos nosso papel no mundo como entidade cultural e nossa responsabilidade como referência na comunidade. E, de forma mais direta, em nosso círculo de mais de 1.000 alunos.

VV – O que motivou vocês a se inscreverem para o Prêmio Braztoa e qual foi o maior ganho de participar do processo?

Edilma – A principal motivação foi ter nosso planejamento posto à prova pela comissão avaliadora, formada por vários profissionais referência na área, e comparar o estágio em que nos encontramos com outras entidades no Brasil. Só a participação já nos daria esse ganho, mas vencer em nossa categoria trouxe uma visibilidade e uma troca de experiência de enorme importância e valor.

VV – Quais serão os próximos passos da SCAR para continuar investindo em boas práticas de sustentabilidade?

Edilma – Além do estudo de viabilidade para implantar mais painéis fotovoltaicos para gerar 100% da energia consumida, estamos implantando a coleta seletiva no centro cultural, envolvendo treinamento de toda a equipe de trabalho e conscientização dos alunos e frequentadores do espaço. E desde 2010, mantemos nosso trabalho anual de substituição de lâmpadas convencionais para LED. Das cerca de 15 mil lâmpadas, pretendemos, em 2017, chegar a 80% de LED.

Foto: WeArt

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Sobre o Autor

Ana Duék

Jornalista de viagens com Mestrado em Gestão de Turismo e Hospitalidade pela Middlesex University (Londres). Desde 2015 defendendo um turismo mais consciente. Acredito que as viagens podem gerar mais impactos positivos para viajantes e para os destinos que nos recebem. Vamos descobrir como?