Viajante Cultural

Inhotim – Um museu a céu aberto!

Inhotim
Foto: Anapaula de Almeida

Sempre que eu conto a alguém que visitei Inhotim e a pessoa me olha com aquela cara de espanto tentando pronunciar “In – nho – quê? Onde é isso?”, fico triste. Entristeço e penso: Por que nós, os brasileiros, não conhecemos Inhotim? Por que há pouca divulgação sobre esse lugar? Por que muitas pessoas ainda não ouviram falar de Inhotim? Eu caio em um pesar profundo, porque se trata de um centro cultural inovador, ousado e riquíssimo que contém importantes acervos da arte contemporânea.
Em minhas pesquisas sempre li que “Inhotim é um museu a céu aberto”, e realmente é. A maioria das obras de arte estão expostas junto à natureza e algumas estão em Galerias construídas em meio a muita vegetação e a lagos lindíssimos de água verde esmeralda. É realmente um local onde a beleza natural e a arte se encontram e se completam. A sensação de paz e tranquilidade reina ali.

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Foto: Anapaula de Almeida

Inhotim era no passado uma fazenda, propriedade privada do empresário mineiro Bernardo de Mello Paz, o idealizador do projeto, e com o tempo se transformou num acervo de variadas espécies botânicas do mundo inteiro, algumas raríssimas, e de obras de arte contemporâneas de artistas brasileiros e estrangeiros. Lá estão os trabalhos de Cildo Meireles, Tunga, Hélio Oiticica, Doug Aitken, Chris Burden, Yayoi Kusama, Paul McCarthy, Zhang Huan, Valeska Soares, George Bures Miller, Adriana Varejão, Olafur Eliasson, Jorge Macchi, Edgar de Souza, somente para citar alguns artistas que têm suas obras ou galerias permanentes no centro cultural, sem mencionar os que participam das exposições temporárias.

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Foto: Anapaula de Almeida

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Foto: Anapaula de Almeida

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Foto: Anapaula de Almeida

O Parque conta com uma estrutura fantástica, há restaurantes, um bistrô-café, banheiros, carrinhos para locomoção e monitores que auxiliam os visitantes a todo momento. Pode-se optar por fazer o percurso a pé ou em carrinhos (como aqueles de campos de golfe). O transporte interno com carrinhos elétricos é pago à parte do valor do passaporte de entrada. Há dois restaurantes, o Restaurante Tamboril, com opção de buffet livre, e o Restaurante Oiticica, que oferece refeições self-service a um preço mais acessível do que o primeiro; e um café-bistrô, o Café do Teatro, que fica ao lado do Teatro Inhotim e oferece em seu cardápio bebidas quentes e geladas, sanduíches, pães e bolos. Há também uma lojinha onde é possível comprar souvenirs e lembrancinhas com temas do Instituto.

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Foto: Anapaula de Almeida

Logo na entrada recebi um mapa com três percursos ou “trilhas” (Eixo Laranja, Eixo Amarelo e Eixo Rosa) que me conduziriam às obras e às galerias.

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Foto: Anapaula de Almeida

É um local seguro e a imersão em meio a tanta beleza convida muitas sensações e emoções virem à tona naturalmente. Eu optei por fazer a pé as “trilhas” nos dois dias que visitei Inhotim, pois eu queria circular por entre toda a natureza exuberante que estava sendo me oferecida ali. De uma galeria a outra, eu parava, me sentava em um banco, debaixo de uma árvore, e refletia sobre a vida, sobre mim mesma e sobre o mundo. Foi um momento de doação e entrega total que me conduziam a um autoconhecimento e a um reconhecimento das criações divinas e humanas.

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Foto: Anapaula de Almeida

No primeiro dia, consegui fazer dois percursos, os mais curtos, o amarelo e o rosa, no segundo dia, fiz o percurso mais longo, o laranja. Acredito que um dia não seja suficiente para desfrutar de tudo, dois dias são bons, mas apertados, eu faria novamente em três dias, dedicando cada um deles para um percurso. Mas, se você não tem dois ou três dias, aconselho uma visita ao site do Parque (http://www.inhotim.org.br/) e uma seleção das obras que você queira visitar. O site é muito didático e traz todas as informações que o visitante necessita, até mesmo explicações sobre cada uma das obras expostas e uma curta biografia do autor de cada uma delas.

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Foto: Anapaula de Almeida

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Foto: Anapaula de Almeida

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Foto: Anapaula de Almeida

No mês de Outubro de 2016, quando visitei o local, estava quente e seco. Eu pingava em suor em alguns momentos e quando entrava nas Galerias era um alívio, pois muitas delas possuem ar-condicionado. Um dos monitores do Instituto me disse que a melhor época para visitar Inhotim é durante o inverno, nos meses de junho, julho e agosto. Em período de chuva não é aconselhável, a não ser que você não se importe de estar com capa de chuva durante todo o percurso. Para visitar Inhotim, use roupas leves, frescas, proteja-se com protetor solar, leve um chapéu ou boné, tome bastante água, use um calçado confortável, se entregue e não tenha pressa!

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Foto: Anapaula de Almeida

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Foto: Anapaula de Almeida

O Instituto oferece um dia da semana com entrada gratuita. Visitei numa terça e numa quarta-feira. Na terça-feira, havia poucos visitantes, era uma calmaria total, na quarta-feira (gratuito e aberto ao público), o Parque estava recebendo muitas excursões de estudantes e idosos. Foi realmente muito gratificante ver todos aqueles adolescentes, a grande maioria de escolas públicas, e senhores e senhoras, de cabelos brancos e donos de uma bagagem maior de experiências, interagindo com a natureza e com as obras de arte ali expostas.

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Foto: Anapaula de Almeida

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Nos dois dias de visita a Inhotim, almocei no Restaurante Oiticica. O restaurante é grande, oferece dois ambientes, um interno e outro externo, e uma vista maravilhosa para um lago. A comida era saborosa e o preço justo para os padrões de serviço que é oferecido.

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Foto: Anapaula de Almeida

Foto: Anapaula de Almeida

Foto: Anapaula de Almeida

Minha vontade, quando falo desse lugar, era de poder abrir uma tela gigante com a mais alta tecnologia para conseguir transmitir todas as sensações e as emoções que senti ali, porque é um lugar sensorial, em que todos os nossos sentidos são despertados! É um lugar sinestésico que reúne obras musicais, obras plásticas, exposições de fotografias e projeções de filmes, galerias que oferecem ao visitante a oportunidade de tocar o seco e o molhado, sentir o quente e o frio, de tirar uma soneca em redes coloridas ouvindo Rock and Roll, de dar um mergulho em uma piscina coberta e aquecida ou em uma piscina sob a luz do sol e de escutar o som emitido pelas profundezas da terra semelhante ao som ouvido pelos bebês no ventre materno. É um lugar espetacular, envolvente e recheado de surpresas.

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Foto: Anapaula de Almeida

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Inhotim

Inhotim funciona de terça a sexta-feira das 9h30 às 16h30 e aos sábados, domingos e feriados das 9h30 às 17h30. É possível comprar o ingresso pela internet, antecipadamente, ou na entrada. Pode-se adquirir o passaporte pagando o valor inteiro ou a meia-entrada, se você é estudante, idoso ou se encaixa nos critérios estabelecidos pelo Parque. Para chegar a Inhotim, pode-se fazer o percurso de carro, de van ou de ônibus. Se você vai de carro, deverá traçar a rota, primeiramente, até a cidade de Brumadinho, onde está Inhotim. Para ir de van, você pode embarcar no Hotel Holiday Inn (na Rua Professor Moraes, 600, Funcionários, Belo Horizonte – MG), e para ir de ônibus, o embarque é na Rodoviária de Belo Horizonte na Plataforma F2 (a Saritur é a empresa que oferece o serviço). Optei por ir de ônibus nos dois dias. Eu estava hospedada em Belo Horizonte, ia até a Rodoviária e de lá pegava o ônibus. O mesmo motorista conduziu o ônibus durante os dois dias. Ele era muito educado e gentil. Antes de dar a partida, se apresentou e disponibilizou água para os passageiros. O trajeto é muito gostoso de ser feito.

Inhotim

Há a possibilidade de o visitante também ajudar a manter o Parque apoiando o Instituto financeiramente. Para isso basta fazer parte do programa Amigos do Inhotim (mais informações no site: http://www.inhotim.org.br/).

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Foto: Anapaula de Almeida

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Foto: Anapaula de Almeida

Inhotim me conduziu a um encontro comigo mesma, com a natureza e com o humano. Se eu voltaria? Claro! Basta me fazer um convite!

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Sobre o Autor

Ana Duék

Jornalista de viagens com Mestrado em Gestão de Turismo e Hospitalidade pela Middlesex University (Londres). Desde 2015 defendendo um turismo mais consciente. Acredito que as viagens podem gerar mais impactos positivos para viajantes e para os destinos que nos recebem. Vamos descobrir como?