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Campanha pelo clima mobiliza a Olimpíada

Às vésperas do maior evento esportivo do planeta, quando é esperada a quebra de muitos recordes, atletas de todo o mundo irão se unir para alertar sobre o recorde que não deve ser ultrapassado: 1,5o C.  Esse é o limite para que o aumento da temperatura média do planeta não se torne insustentável.

Nesta sexta, 29 de agosto, será lançada oficialmente a campanha 1,5o C: o record que não devemos quebrar, resultado de uma ação em rede envolvendo o Fórum das Nações Vulneráveis, PNUMA, Observatório do Clima e GiP, que lembra da necessidade de união entre todas as nações para se controlar o aquecimento global, bem como do impacto que um grau de aumento da temperatura podem ter sobre pessoas de todo o mundo. “Mesmo o aquecimento atual, de cerca de 1oC, já está causando mortes, doenças e prejuízos no mundo inteiro, em especial nos países em desenvolvimento, que menos podem se adaptar”, destaca Ana Toni, diretora do iCS, lembrando que somente no Brasil os prejuízos por desastres naturais entre 2002 e 2012 foram de R$ 278 bilhões em média.

o recorde que não devemos quebrarOndas de calor, alterações nos padrões das chuvas, secas e inundações estão já desafiando terrenos e instalações esportivas em todo o mundo. A continuação do aquecimento global tem e terá cada vez mais impactos diretos sobre os esportes. Da prática esportiva comunitária ao esporte profissional e de alta performance, atletas, espectadores, organizadores e voluntários estão sentindo o calor e os impactos reais das mudanças climáticas. Da mesma forma, grandes eventos esportivos são capazes de produzir altas emissões de gases e efeitos negativos ao meio ambiente.

Atletas, com base em sua própria experiência, têm grande legitimidade para fazer este alerta durante o maior evento esportivo do planeta.  Por isso, eles são as estrelas da campanha. Diversos participantes da Olimpíada vão aderir à campanha ao longo da realização dos jogos no Rio. Nas redes sociais, os usuários poderão customizar a foto dos próprios perfis com mensagens da campanha.

“Os dez últimos recordes de temperatura ocorreram neste século. O ano passado foi o mais quente desde o início dos registros e tudo indica que em 2016 teremos um novo recorde. Se continuarmos nesse ritmo, enfrentaremos problemas cada vez mais graves de abastecimento de água e produção de alimentos, além da maior disseminação de doenças provocadas por mosquitos, como a zika”, explica Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima – um dos organizadores da campanha.

Diversos países, como Kiribati, Maldivas e Tuvalu, regiões costeiras como o Delta do Mekong, a Flórida e o sul de Bangladesh e cidades costeiras como o Rio de Janeiro estão entre os que podem ser mais atingidos pelas consequências das mudanças climáticas.

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Sobre o Autor

Ana Duék

Jornalista de viagens com Mestrado em Gestão de Turismo e Hospitalidade pela Middlesex University (Londres). Desde 2015 defendendo um turismo mais consciente. Acredito que as viagens podem gerar mais impactos positivos para viajantes e para os destinos que nos recebem. Vamos descobrir como?